112. Davi/Caveirinha
Caveirinha, pô. Esse sou eu. Filho do Diraça e da Raquel, cria da Penha. Não tem pra ninguém, mano, aqui é nosso. E meu pai, p***a, até hoje no comando, como o frente da parada. O velho é brabo demais. E eu? Tô aqui, lado a lado com ele, aprendendo como é que se administra o bagulho. Fala o que quiserem, mas ser patrão nessa vida não é pra qualquer um, não.
O crime? Não é um mar de rosas, não, irmão. Só que é bom demais, tá ligado? Quem diz o contrário é porque nunca sentiu o gosto de ter o mundo aos pés. Aqui, na Penha, a gente faz o que quer, do jeito que quer, e ainda sai no lucro.
— Cê acha que é fácil? — Meu pai sempre fala. — Aqui a gente ganha, mas tem que tá sempre esperto.
E é isso mesmo. A gente tá no topo, mas o topo tem um preço. O dinheiro, a fama, ……
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