Melina
Ódio*, raiva, revolta e incredulidade me consomem ao vê-lo aqui e tão perto. Como que ele conseguiu e mais ainda, teve a audácia de vir sem avisar entrando assim no meu chalé sem ao menos ser convidado? Alek parece mais uma miragem, porque ainda não consigo acreditar e muito menos entender como é possível ele estar aqui.
Ter ele bem aqui e na minha frente me faz sentir um gelo na espinha porque, além de ser anos sem vê-lo, Alek está muito diferente de antes. O olhar doce que antes caiam sobre mim não existem mais, a voz cautelosa deu lugar a uma grossa que preenche o ambiente mesmo com ele falando baixo e acreditem, todos os pelos do meu corpo vibraram quando ele falou ao meu ouvido.
“O que eu não posso é te jogar naquela cama e te fuder* como eu quero..., pelo menos não ainda”.
Essa frase, essa maldita* frase ecoa na minha cabeça mostrando que coragem ele tem, mas ele não quer e não pode colocar tudo a perder. Ele sabe bem o que aconteceria se fizesse e a palavra “tragédia” ainda seria pouca.
Os olhos dele mantém um fogo que nunca vi em ninguém, Alek parece procurar por um controle, principalmente pela forma como agarrou o meu braço e pela primeira vez em muito tempo, não consegui pensar em revidar.
-Não tem como você passar a noite aqui... – Falo quando consigo me soltar do seu aperto e conseguir ao menos responder.
-Ah tem..., vi a cama bem espaçosa no quarto... – Ele diz na maior cara de p*u* e continua. – É bem macia também.
-Ficou louco? Não vai dormir comigo, Alek! – Falo o obvio achando isso um absurdo.
O que é que ele tem na cabeça?
-Tem medo de quê, Melina? Hum? Afinal, dormiremos juntos em breve. – Lembrar disso me faz sentir um arrepio enorme e não sei se estou preparada para isso.
-Não somos casados..., não ainda, então, não vai dormir comigo. – Deixo claro onde matemos uma batalha visual ardente, até ele sorrir pequeno sem mostrar os dentes e se inclinar mais um pouco.
-Escuta bem, Melina, sou paciente até certo ponto, então, não teste a minha paciência..., sei bem o que posso e o que não posso e se eu disse que vou dormir aqui..., é porque eu posso. – Minha mente só consegue xingá-lo* com todos os palavrões* possíveis.
Filho de uma p**a*!
-Eu prefiro dormir no sofá... – Falo me afastando dele.
Não sei se consegui disfarçar, mas a verdade é que me sinto completamente abalada.
Alek não tem muitos traços familiares que me lembre nos nossos poucos momentos de anos atrás. Vejo tatuagens, músculos definidos, uma barba bem preenchida, uma cicatriz pequena no lado da boca e um olhar completamente n***o* e obscuro*.
Nada do que vi nele hoje me trouxe lembranças de antes.
Ele parece outra pessoa completamente diferente!
Caminho até a cozinha ainda sem acreditar que ele está aqui e que vai dormir aqui. Chego no cantinho da geladeira onde tento olhar para ele bem escondida, e a sorte é que ele não consegue me ver daqui. Alek abre alguns dos botões da sua blusa e se senta no sofá retirando o seu celular do bolso onde logo digita algo.
O seu semblante é completamente sério e fechado e não consigo pensar em como será essa noite.
Com toda a certeza não vou dormir tão cedo!
Dou meia volta indo na outra janela e vejo homens que nunca vi antes, andando em volta do chalé como se a propriedade pertencesse ao Alek. Respiro fundo tendo de pensar em algo bom para não perder a cabeça com ele aqui, porque nunca, em momento algum pensei em ter ele aqui comigo.
-É só uma noite..., amanhã ele vai embora! – Sussurro para mim mesma decidida a comer algo.
Abro a geladeira retirando bacon, queijo, mostarda e alface. No armário, busco um pacote de pães e começo a preparar um sanduiche para mim com direito a tiras de bacon e muito queijo. Na geladeira, vejo suco de laranja e me sirvo de um copo generoso começando a comer.
Alek não aparece e nem diz uma palavra se quer, então, depois de comer, lavo tudo o que sujei e guardo tudo no seu devido lugar.
Passo pela sala indo buscar o meu celular onde sinto ele me observar a cada passo que dou e volto para a cozinha me sentando na janela onde esticando as minhas pernas no cumprimento dela.
Ao desbloquear a tela do celular, vejo mensagens do meu pai e da minha mãe loucos para saberem como estou.
-Estou bem..., ele ainda está aqui. – Respondo a minha mãe primeiro porque sei como ela fica preocupada.
-Ele disse que horas vai embora? – A mensagem dela logo chega.
-Ele vai dormir aqui e não disse mais nada..., não sei como ele achou esse lugar. – Respondo para ver se ela já sabe de algo.
-Bom, ele sempre soube dos seus passos, então..., acredito que ele até demorou, ou, só esperou o momento certo. – Ela responde e por um lado ela tem razão.
-Pode ser..., avisa o papai que está tudo bem, por favor. – Peço por fim pensando no eu vou fazer.
Acho que vou tomar um belo banho!
-Já avisei..., qualquer coisa me liga. – Me despeço dela deixando um beijo.
O meu pedido interno é que essas horas seguintes passem correndo.
-Que p***a* é essa, Melina? – Derrubo o meu celular no chão ao ouvir o Alek praticamente gritar do nada bem na minha frente.
-Que merda*..., qual o seu problema? – Exclamo me agachando para buscar e vejo a tela quebrada. – Me fez quebrar!
-Está praticamente exposta dessa forma..., eu tenho homens lá fora, p***a*! – Alek fala nenhum pouco simpático apontando para o lado de fora.
-Então mandem eles saírem..., esse lugar é meu! – Revido falando o óbvio e é como se eu estivesse vendo uma veia sua pulsar na testa e novamente ele segura o meu braço onde saio da janela.
Alek nos coloca frente a frente quase colando os nossos corpos.
-Vai me desafiar, Melina? – Ele tem o maxilar trincado falando entredentes sem me soltar ainda.
-Você não foi convidado e muito menos eles..., venho pra cá para ficar à vontade e não venha querer mandar em mim, Alek. – Ao falar isso, confesso que me arrependo um pouco na mesma hora.
Os olhos dele mudam onde as pupilas se dilatam e sou puxada e encostada na parede, Alek parece procurar uma forma de se controlar e confesso que ao observar ele assim de perto, sem ouvir nada dele, apenas vendo ele respirar fundo, me deixa um pouco temerosa.
Com pouco tempo aqui, ele consegue me deixar com um misto de sensações onde pela primeira vez não consigo reagir.
-Você parece que não entendeu o que eu disse antes..., não me irrita, Melina! – Ele diz e tom de ameaça me fazendo engolir no seco, mas não vou ficar calada.
-Se não o quê? – Pergunto erguendo a minha cabeça olhando nos olhos dele.
Novamente um confronto visual.
Alek, para a minha surpresa traz a sua mão direita para a minha nuca a agarrando onde me puxa até a ele tomando os meus lábios em um beijo feroz. Não tenho tempo de sair ou muito negar*, pois em seguida ele me eleva me segurando nas coxas e me fazendo entrelaçar as minhas pernas nele.
Ele explora a minha boca enquanto segura firme nos meus cabelos, ao soltar os meus cabelos, as suas mãos deslizam pelo meu corpo onde até sinto ele apertar o meu seio* e gemo* baixinho onde a única opção que tenho é acompanhá-lo, principalmente quando ele suga a minha língua como se fosse arrancá-la deixando tudo mais gostoso e faço o mesmo me entregando ao beijo.
O beijo dele me tirar completamente o ar e é nessa hora que percebo a merda* que eu fiz.
Alek ao perceber, me coloca no chão com os olhos fechados e até sinto a sua respiração pesada tocar o meu rosto.
-Quem foi? – Ele pergunta de imediato e nem tenho tempo para pensar.
-Quem foi o quê? – Quase não consigo falar, sabendo o que virá, então ele pressiona o meu pescoço contra a parede.
-Não se faça de desentendida..., acha que eu não notaria? – Procuro por ar e confesso, sinto um medo enorme dele nesse momento. –
Quem foi que te beijou antes de mim, Melina?
-Alek..., isso não... – Não consigo falar sendo completamente intimidada* por ele.
-FALA LOGO p***a*! – Ele grita me assustando, mas não me dou por vencida.
-NÃO! E não adianta gritar comigo..., até parece que você não fez nada. – Revido não surtindo efeito algum.
-Isso não importa..., até onde você foi? – Alek me pressiona mais, e se eu já não tinha como sair, agora que não tenho com ele colado a mim e fica até difícil de respirar. – Até..., onde..., você..., foi? – Ele pergunta entredentes e bem devagar, e seguro a mão dele tentando tirar.
-Continuo intacta..., é isso que quer saber? Satisfeito? – Pergunto querendo gritar, mas não consigo.
-Nenhum pouco..., você fez uma merda* e das grandes, Melina! – Alek me solta e dá as costas andando de volta a sala.
Recupero o ar e sigo ele onde o vejo vestir o seu blazer novamente e ir até a porta em passos firmes e apressados me deixando mais confusa ainda.
Aonde ele vai?
-Aonde você vai? – Pergunto chamando a sua atenção onde uma sensação r**m* me domina.
-Dar um fim nessa merda* toda..., e parabéns, Melina, acabou de assinar a sua sentença*. – Fico sem entender, então, ele continua. – Não vai sair daqui até eu permitir e nem o seu pai vai poder ajudar agora..., terá novas notícias em breve! – Fico incrédula ao ouvir.
-Alek, espera..., como assim eu não posso sair? O que vai fazer? – O meu coração quase sai pela boca, pois além de não saber o que ele fará, tenho medo do que ele pode falar.
-Verá em breve. – Dito isso, ele sai pela porta a trancando.
Corro para a janela e vejo ele falar com os homens que estão na entrada e logo mais alguns entram e vejo o portão central ser fechado.
O que ele vai fazer?
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