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Alpha - O legado Schneider

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Blurb

A história é contada pelo seu próprio vilão, Aaron Schneider, conhecido por todas as alcateias do Alasca como “o lobo dos olhos de prata.” Alpha acontece em um cenário contemporâneo onde reinam cinco grandes clãs de lobos, pelo menos quatro dentre eles, já que Aaron assassinou todos os membros de sua família para impedir uma profecia que ocasionará a sua morte se cumpra. Amargurado por tomar as piores decisões, o lobo dos olhos de prata continua a ser perseguido por essa maldição secular rogada por uma bruxa e tenta quebrá-la a qualquer custo. Em suas aventuras, Aaron reencontra um grande amor de infância que pensou ter esquecido e percebe que reviver certas emoções não estão em seus planos e o coloca num conflito interno entre amor e ódio.

Embora se intitule o vilão mais impiedoso do Alasca, uma sombria alcateia conhecida como a “tribo dos dez” se torna um empecilho para que ele alcance o seu objetivo e o traz desafios que estão além de sua compreensão. Sendo assim, Aaron começa a entender que talvez não consiga lidar com todos os problemas sozinho e não vê outra opção a não ser ficar ao lado do seu antigo amado que ainda consegue abalá-lo emocionalmente. A partir do momento que os acontecimentos passam a ser problema de todos os lobos, novos companheiros surgem no decorrer da história e um grupo é formado para tentar desfazer a maldição Schneider e desvendar os mistérios escondidos sob a neve.

A única que será levantada é: quem será, no fim das contas, o verdadeiro vilão da história?

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Prólogo - Parte I
Minhas patas estão dormentes. Eu devo ter me acostumado com essa sensação há muito tempo. A areia entre os pelos acompanha as pequenas pedras trituradas por minhas garras afiadas enquanto toda exaustão esvai em uma densa e branca fumaça pelo meu focinho úmido. Não tão úmido quanto a névoa que esconde todo aquele monumento cheio de segredos. Se eu sinto frio? Isso é impossível, já que o meu temperamento congela os piores dos invernos. A sede do meu clã se localiza em uma cordilheira ao norte nos domínios do Alasca. Um ponto escondido entre as colossais montanhas de neve. Embora a região seja coberta pelo gelo, existem as pedreiras que jorram água quente em uma cascata termal. Como havia runas mágicas escondidas em pontos estratégicos há muitos séculos, as quedas ferventes nunca solidificam com o frio abaixo de zero. Um paraíso em meio ao inferno, posso dizer. Isso me faz pensar que, dentre todas as maravilhas do mundo, não há lugar melhor do que o nosso lar. Dentro do clã Schneider, o vapor da água escaldante aquece a minha alma. Nunca me senti tão satisfeito como agora por ter sentidos aguçados. O barulho das aves ao longe, as pancadas das águas contra as pedras brancas, o silêncio. Estar em casa é a única coisa capaz de me acalmar em meio a tudo aquilo que me persegue durante esses longos anos. Às vezes eu perco as contas de quanto tempo vivi, ou, morri. — Se continuar cavando fundo assim vai sair do Alasca e chegará na China. — Emilly cantarola em meu ouvido. Odeio isso. Tento a ignorar. Quanto mais me perturba, mais eu cavo o buraco abaixo das patas tentando jogar terra em sua cara. – Não me ignore, irmãzinha! - Eu a repudio sempre que me chama dessa forma. — GRRR! — Meu rosnado exibe meus caninos afiados. Estou tremendo. Provavelmente é irritação, já que não encaro mais o frio como um castigo. Parece mais um amigo que te compreende. Se esconder na neve soa para mim como um cobertor de proteção, o abraço de um pai ou qualquer outra sensação que remeta a conforto e segurança. Já estar com Emily é justamente o contrário. Ela é muito boa no que faz. E ser boa significa ser desagradável, principalmente quando se trata de me irritar ou desviar a minha atenção quando tento executar uma tarefa importante como a que estou fazendo agora. Em forma de lobo não posso dizer a ela o que penso, tampouco praguejá-la, portanto, é melhor ceder aos seus caprichos por um instante. Isso não é cem por cento por sua causa, mas não faz sentido continuar a cavar já que alcancei ao tamanho ideal para enterrar uma pessoa. Meus ossos estalam e me deformam voltando para o lugar. Eu não sinto mais dores durante as transformações, mas incomoda bastante. A sensação não é tão simples igual a estalar os dedos ou o pescoço. Você sente cada órgão expandir e contrair. As vísceras se reviram como em uma tempestade de sangue e carne disputando o espaço no saco de pele que nunca rasga. Isso sem contar as diversas ânsias de vômito como se algo quisesse sair do seu esôfago. Na maioria das vezes soa em formato de uivo, por isso lobisomens uivam no fim de sua transformação. Ainda que acabe, é necessário segundos para recobrar a consciência. Voltar a forma humana e reprimir os sentidos me faz sentir frágil. Eu ainda os possuo, mas não tão aguçados quanto em meu formato lupino. A transformação é o simbolismo de maior poder para qualquer lobisomem. Meu corpo vai de quadrúpede à bípede em pouco tempo e mostro a minha aparência humana que diferente da forma anterior, não possui pelos, cicatrizes ou cortes, já que lobos como eu possuem habilidade regenerativa. Sempre fui atlético, mas não muito alto e a cor da pele não chega a ser tão clara ou tão escura, apenas os meus os meus cabelos negros que destoam de meus olhos castanhos claros. Em meu rosto um semblante sério e amargo, isso quando não estou sendo debochado, mas acho que é de família e por falar em linhagem eu venho de uma muito boa até. Finalmente consigo me esticar e encarar Emily por cima de meus ombros. — Eu só não te mato agora... — Porque você não... pode!? — Disse Emily com um sorriso falso e debochado. Emilly Schneider se considera minha irmã. Loira, olhos azuis e mais baixa que eu. Uma perdição para qualquer homem, ou qualquer mulher. Sua especialidade é ceifar almas. Ela é conhecida como "a ceifadora". Diferente de mim, Emily não pode morrer, é uma matéria que perambula vagamente e que está confinada dentro de nosso clã. Não está exatamente viva, nem morta, mesmo assim me assombra como um fantasma. Pior, um encosto. Sempre me relembrando de meus erros. — Vamos, continue! Essa já foi. — Emily veste uma roupa de couro cor café bem apertada. De lado, ela se escora em uma foice de cabo longo e lâmina desgastada bem pontiaguda em formato de meia-lua. Ela está tão entediada quanto eu. Percebo isso em seus olhos que não param de revirar. — Número 497... e contando! — Você não cala a boca? — Viro meu corpo agressivamente e tento golpear o seu pescoço incorpóreo. Se a minha “irmã” estivesse nesse plano, estaria morta. Emilly me encara com um sorriso de quem já sabia que isso aconteceria. Tentando ganhar tempo, pego o corpo moribundo em minha frente. Era uma velha senhora. Quero dizer, não tão velha. Bem cuidada para sua idade. Ruiva, vestido vermelho de gala. – Eu a embosquei assim que saiu de um grande evento. – Essa Schneider manipulava as pessoas de seu entorno para conseguir o que queria. Uma mulher renomada em Nova Iorque por suas roupas de grife. Tudo bem que com o passar dos anos, Schneider tornou-se um sobrenome não tão incomum, mas, colocá-lo como marca se tornou uma pista que destinou o seu fim. — Antonieta. — Digo o seu nome e a jogo no túmulo improvisado que eu cavei. Com mãos humanas, uso meus dedos para terminar o serviço e preencher a cova com terra. Estou em um espaço que improvisei em um cemitério do clã Schneider. Outros 496 túmulos estão organizados em linhas simétricas e lápides de mármores esculpidas por mim. Cada um, sepultado com honra de um dia ter levado o nosso legado. Eu prefiro esse corpo muito mais morto do que vivo, pois significava que estava perto de concluir o que prometi um dia. — Dos olhos de prata... Aaron Schneider. — Emilly volta a me atormentar. — Assassinou todo o clã com as próprias mãos porque é um inconsequente, impulsivo e medros... — Cala a boca! — Meu grito naquele lugar vazio ecoa como um trovão e faz as aves rasgarem os céus amedrontadas. Meu corpo está coberto de terra e gelo. O olhar furioso ressalta as veias e a parte bestial que habita em mim. Emily está certa. De todos os lobisomens da terra, eu sou o único com o olhar prateado. Isso fica claro quando a tonalidade castanha muda rapidamente. As presas crescem e meus lábios salivam. — O que foi, aaronzinho? — Emilly ri. — Quer brigar comigo? — Provoca. — Ou tem medo de que um dia eu ceife sua alma? Aliás, você foi amaldiçoado... Esqueceu? - A loira segura o cabo de madeira e caminha no nosso cemitério arranhando a lâmina nas pedras antigas para abalar a minha concentração. — Deixe com que eu refresque a sua memória... — Continua o jogo, imitando uma voz profética e misteriosa: — O bendito dentre os malditos que será livre do legado Schneider e nascerá como mortal, para eliminar a b***a que extinguiu essa família. E junto a ele... — Será sepultado o clã mais poderoso que já reinou na face da terra... — Reviro os olhos e completo as palavras que um dia traçaram meu destino. Faço isso pois, de algum modo quero mostrá-la que não estou mais tão preocupado. Isso é mentira, talvez Emily saiba, mas não ligo. Limpo a saliva com a mão cheia de terra e a encaro severamente. — Qual é, Emi? — Desenho um sorriso cínico e ergo a sobrancelha. — Acredita mesmo que aquela bruxa, a qual eu matei... — Ressaltei. — Tem poder suficiente para cumprir toda essa baboseira de profecia? — Perguntei. — Recapitule comigo, querido irmão. — Emilly para em minha frente e toca meu peitoral. Eu não sinto seu corpo, já que ele não existe nesse plano. Ao contrário dela que pode sentir minha respiração e os batimentos acelerados. — Eram 500 Schneiders. Você matou 497 com receio que isso se cumprisse. Todos eles eram amaldiçoados. Nenhum mortal. Faltam apenas três. Você é uma delas. Ou seja. Faltam dois, de fato. Eu não conto, já que estou em outro plano! — Emily tenta forçar aquilo a fazer sentido. — Faltam apenas duas. Provavelmente você matará mais uma. E a que sobrar irá acabar contigo. — Emily não para por aí. — Após te matar, o último Schneider morrerá naturalmente como um ser humano. Fim de Aaron, Fim do clã! Não quero admitir que ela está certa e lhe dou as costas, a ignorando. Eu termino de cobrir aquela cova e procuro uma calça para vestir. Não é difícil encontrar em um dos diversos aposentos vazios que um dia acomodou a minha família. Meus tios e parentes tinham bom gosto para roupa. Geralmente prefiro não vestir nada, mas andar na sociedade me obriga a me comportar baseado em suas regras. Creio que esse hábito eu adquiri sozinho vivendo aqui, pois, mesmo na época de comunhão entre os clãs, a gente não ficava exatamente nu. Mesmo que ficássemos, a nudez nunca foi considerada um desrespeito ou vulgaridade como os humanos julgam. — Quieta. — Ordeno. — Já não cansou de falar isso... — Não estamos sozinhos. — Explico. — Ah, agora faz mais sentido! — Emily Cruza os braços e se senta em uma grande pedra dentre várias que temos em nosso clã. — Vou ficar aqui e assistir tudo. — Suspira e continua: — Boa sorte, irmãzinha. — Emily fez um bico e fecha a boca... finalmente!

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