Forçada a casar.

Por Vitória: Minha manhã se inicia da mesma forma todos os dias.Acordo,tomou coragem para me levantar,faço minhas necessidades,tomo meu café da manhã e vou pra escola.E assim vai...É monótono. Sou uma pessoa introvertida,não sou muito social,por isso não tenho muitos amigos.Tenho colegas no máximo.Se eu pudesse,ficava em casa,trancada no meu quarto o dia inteiro,ouvindo música,me esquecer do mundo exterior.Eu não me dou bem com as pessoas, sou antisocial ao extremo.Além de pensar que as pessoas não se aproximariam de mim por eu ser apenas eu. Eu não sou f**a. Fui consagrada com cabelos longos e ruivos.Possuo curvas,que podem ser denominadas belas.A minha auto estima varia muito de como eu acordo.Há dias,que eu me levando me achando a mulher mais linda do mundo,me olho por longos segundos no espelhos,contemplando a minha beleza.Mas existem dias que eu me sinto h******l,que nem sinto o pior ser humano. Existem poucas coisas que eu gosto de fazer.Como por exemplo, dançar,apesar de ter vergonha de dançar com alguém me vendo. Meus pais trabalham na área do empreendedorismo.Meu pai ensina as pessoas a aplicarem seu dinheiro de maneira correta e em que área empreender.Minha mãe da aulas de contabilidade geral no ensino superior. Nós vivemos bem,não tenho a preocupação que alguns tem em relação a dívidas da casa. Meu pai é a pessoa que eu mais amo na vida,não amo a minha mãe na mesma intensidade que eu amo a ele. Minha mãe sempre foi mais fria,não me dava carinho,já o meu pai era completamente diferente. Como eu disse.Era. Nos últimos dias ele anda estranho. Chega em casa tarde,m*l fala comigo. Eu já perguntei o que estava acontecendo mas,ele sempre me diz pra eu não me preocupar. Hoje,como todos os outros é mais um dia letivo. Eu me levanto no horário de sempre,raramente me atraso. Tomo meu banho,e faço as demais necessidades no banheiro. Pego a minha farda,a vestindo. Hoje como está sol aqui em Londrina,eu não vou usar o meu tênis de todos os dias. Opto por uma sandália trançadinha na cor preta. Meus cabelos longos e ruivos vão ficar soltos mesmo. Quando o calor apertar mais eu coloco no coque,já ando prevenida com o elástico na mochila. Quando já estou pronta eu vou tomar meu café da manhã. Meu pai e a minha mãe ainda estão aqui. Estranho,quase nunca quando eu vou pra aula eles ainda estão aqui. —Bom dia pai.—dou um beijo na sua bochecha. —Bom dia minha princesa.—ele diz e me dá um beijinho na bochecha. —Bom dia mãe.—digo,ela rejeitava meus beijos,então agora eu não me atrevo mais. —Bom dia.—diz simplesmente. —Filha,hoje a noite eu tenho um assunto sério a falar com você tudo bem?—ele diz com a voz baixa,quase que eu não escuto. —Claro pai —digo e dou um sorrisinho. Depois de tomar meu café,vou pra escola. Eu vou de ônibus.As vezes meu pai me leva,é muito difícil.Já que ele trabalha muito. Desço do ônibus um pouco atrás da frente da escola. Atraio alguns olhares,o que me deixa tímida. Não gosto de chamar atenção. Vou direto pra minha sala,e sento no lugar de sempre. Todos da sala me conhecem,já que são os mesmos alunos do ano passado,alguns repetentes a mais ou que vinheram de outras escolas. —A ruiva mais gata dessa escola acabou de chegar.—ouço a voz melodiosa irritante de Carol. Vou resumir algumas qualidades dela.Na minha humilde opinião não vejo nenhuma.Todos na escola a conhecem,é mais conhecida ainda pelos meninos. Quando eu entrei na escola ela implicou comigo por eu ser ruiva também.O pessoal da escola,inventaram de fazer uma eleição de ruiva mais "gata" do colégio. Aconteceu que eu acabei ganhando,e aí o ódio dela por mim aumentou ainda mais. —Acho que se enganou Carol,a ruiva mais gata já estava aqui antes de você chegar.—diz Ravi. Ravi é legal,além de ser bonito. E ele sempre alfineta Carol,ela cospe fogo pelas ventas. —Até parece que essa mosca tonta é mais bonita que eu.-diz e joga os cabelos e passa por mim rebolando.—Nem aqui nem na China meu amor. Eu quasemente falo alguma coisa na aula,o que já me prejudicou muito. Eu me saio bem nas matéria,exceto educação física.Eu não prático muito esses esportes tradicionais que são assuntos de matéria na escola. Durante a aula eu fico pesando e tentando adivinhar o que meu pai quer conversar comigo hoje a noite.Minha mente não consegue pensar em mais nada,a não ser nisso. As primeiras três aulas acabam e já é hora do lanche. Eu geralmente lancho com Rebecca.Ela é do 3° ano só que de outra sala,minha única amiga aqui. Quando entro na cantina ela já está lá. Assim que me vê se levanta e me grita: —VEM AQUI RUIVA!—ela me mata de vergonha. Vou caminhando até ela sentindo todos me olharem. Me sento ao lado dela,na mesa tinha mais algumas pessoas. —Aqui oh Vic vou apresentar vocês.—diz.—Leo o moreno. —Prazer Leo.—digo. —Prazer só na cama gata.—pisca o olho pra mim,fico vermelha. — Eu sou o Stefan.—diz outro menino antes que Becca possa falar. —Victória.—digo e aperto a mão dele. —E eu o mais gostoso de todos,Alessandro.—diz o outro. Eu não digo mais meu nome,já disse outra vez. —Namora ruiva?—o tal Alessandro pergunta. —Não.—digo apenas. —Que bom pra mim.—sorri s****o. Lanchamos com muita conversa. Eu gostei de conversar com os meninos,tirando o Alessandro.Menino parece que nunca viu mulher. Quando o intervalo acaba voltamos cada um pra sua sala.E eu fico no mesmo tédio de sempre. Os horários passam lentamente,me torturando. Duas aulas seguidas de filosofia.O sono vem e quase me entrego. Vou pra casa de Uber. Quando chego em casa não encontro meus pais. Depois de mudar de roupa eu fico esperando eles no sofá da sala,mexendo no celular. Quando a porta abre em um sobressalto eu me levanto,quase derrubando meu celular. Minha mãe passa por mim,sem me dirigir a palavra. —Demorei a chegar hoje.—diz o meu pai.—Está bem filha? —Estou bem pai.—pego no braço dele,que ele me oferece.—Vai me dizer agora do assunto que o senhor queria me falar? Ele reluta um pouco,antes de falar. — Só a noite meu amor.—dá um beijo no alto da minha cabeça. Tô vendo que só vou saber a noite mesmo. Não tenho mais o que fazer,só esperar. Depois do almoço,eu fico sem nada pra fazer.Quer dizer algumas tarefas pra fazer,mas pra entregar só semana que vem,então não vou fazer agora. —Filha se arruma e fique bem bonita hoje a noite tá bom?—ele me pede.—Mais bonito do que você já é. — Tudo bem pai.—Não entendi nada,mas ok. Eu achei estranho,mas pode ser um jantar com as pessoas do trabalho dele.Tomo um banho,e visto um vestido vermelho,que ficou bom a combinação com o meu cabelo.Meus cabelos soltos. Uso um rímel e um batom fraquinho,apenas. Passo meu perfume,calço um coturno preto,que eu simplesmente amo de paixão. Quando já estou pronto começo a descer as escadas. Quando já estou no meio,paro ao observar ele conversar com um homem de terno. Ele para de falar e olha pra mim dos pés a cabeça,me passando um frio na espinha. Ele é muito bonito,olhos azuis que me prende de um jeito... Tem um jeito de gringo. Meu pai quando nota a minha presença,me olha sorrindo.Mas parece que ele esconde algo no olhar,ele me olha diferente,não sei dizer como. Termino de descer as escadas e me coloco ao lado do meu pai.Ele puxa o ar pros pulmões e solta lentamente. —Filha,eu quero te apresentar Levi Alcântara,seu futuro marido.—é o bastante pro meu mundo parar.—Vão se casar em algumas semanas. Meus olhos se arregalam,e eu fico estática. Olho do meu pai pro tal homem e do homem pro meu pai.Eu busco saída,mas não encontro. —Ca...sar?—pergunto gaguejando. —Sim,você será minha esposa daqui algumas semanas.—a voz grave do homem preenche a sala. Eu não posso me casar,não agora!