Te amo Maria

1 capítulo É exatamente 3 da madrugada,mas uma vez os pesadelos me faz perder o sono,depois do acidente e morte de Marcos. Do homem que jurei amor eterno e pai dos meus dois filhos Rafael de 8 anos e Renato de 5. Sempre o mesmo sonho,nós dois correndo entre o colorido das flores,o vento batendo no meu rosto,o perfume de rosas e derrepente,Marcos cai em um abismo. Então acordo em desespero,afundando na minha própria realidade. Respiro fundo,e quando me lembro de tudo que aconteceu nem sei dizer se é pior,estar dormindo ou acordada. Mas também não tenho tempo pra luto,preciso ser forte. Parei os estudos e tive que me mudar para o distrito de lagoa bonita em Minas Gerais,para trabalhar em uma plantação de feijão. Tive que deixar para trás o sonho de ser uma escritora. Agora tenho que batalhar para sustentar sozinha meus filhos. E antês do nascer do sol a mesma opção e a mesma escolha. Lutar sorrir e vencer,como aqueles heróis de desenho animado,preciso ser forte não posso fraquejar. Então àquela mulher de 32 anos e chamada de Maria,de estrutura pequena porém muita força,se vestia com sua roupa surrada da roça,na cabeça um chapéu de palha retorcida. Em um verão de sol escaldante,responsável pela pele morena que destacavam seus grandes olhos verdes. As mãos grossas e cheia de calos da colheita acariciam os cabelos dos filhos que tinham que ficar na creche enquanto ela trabalhava. Era a única razão dela estar em pé e lutando com aquele vazio enorme que existia no peito. Eles eram a esperança que tudo ia dar certo. No olhar deles existia a força necessária para se levantar cedo e trilhar o caminho da felicidade . Na colheita de feijão junto a ela trabalhava um g***o de mulheres,liderada por um homem. Cada uma com sua história com sua força e fé,buscando um objetivo lutando por um sonho. Cristina era sua grande amiga,que logo quando chegou ela a ajudou muito. Ali ao lado delas,Maria encontava expiração para continuar escrever. Cada olhar,durante aqueles momentos refletia algo em particular. Tantas mulheres viúvas outras abandonadas pelo marido ali reunidas. Derrepente uma voz masculina chamou a atenção dela. Era Tenório o responsável pelo serviços. Estranho pensou ela: Nunca tinha ouvido a voz daquele homem,com expressão carrancuda,ele parecia sempre com raiva e distante,só fica de longe olhando nosso trabalho. E um sorriso brotou em seu rosto embaixo daquele chapéu de palha. Mas não escondido o suficiente para que Tenório não percebesse. E aproximando-se dela para saber o motivo daquelas risadas,Maria percebeu e se levantou. Mas quando eles ficaram frente a frente,houve um silêncio diante da beleza daquele rosto moreno. Sem ação,perdido no verde daquele olhar Tenório ficou sem palavras. E Maria percebendo aquela situação,voltou para seu trabalho. Enquanto ele tentava se recompor diante de tanta beleza,ele sabia que apartir daquele momento tudo iria mudar naquelas tardes de colheitas,o coração acelerado, a muito tempo não se sentia assim diante de uma mulher. Tenório com seus 42 anos era um homem alto e forte,seus olhos castanhos cor de mel,combinava perfeitamente com seus cabelos negros e lisos que escorregavam ao redor do seu rosto. Mesmo com tanta beleza e com tantas mulheres que trabalha na colheita todas suspirando por ele , mesmo assim era um homem solitário,que morava e trabalhava naquela fazenda ja a 6 anos. Nasceu em Pernambuco,e passou a maior parte da sua vida naquele lugar,mas depois da morte de sua mãe,resolveu ir embora. Durante grande parte de sua vida,cuidou dela que sofria de Alzheimer,não teve tempo e nem v*****e de constituir uma família,sabia que podia perder ela a qualquer momento e queria aproveitar todos os segundos ao lado daquela mulher que criou ele com tanto carinho. Talvez agora seria o tempo certo para ter uma companheira e realizar seu sonho de ter filhos. E aqueles lindos olhos verdes não saia de sua mente. Quem seria aquela mulher,que as vezes fica sentada escrevendo,e os pensamentos invadiam a mente de Tenório tirando seu sono que ja sem paciência se levantou,abriu a janela e ficou a olhar o céu cheio de estrelas. E ao mesmo tempo Maria olhava seus filhos brincando na frente de sua casa. Os vagalumes iluminavam a escuridão do campo,ter ido morar naquela cidade tinha sido a melhor decisão pensou ela. Aquele cheiro de terra molhada,de mato,o céu coberto de estrelas,tudo virava poesia no seu caderno Então a imagem de Tenório veio em sua mente . Aquele homem parado na sua frente sem falar nada,devia estar com raiva dela estar sentada escrevendo. E um medo de perder o emprego tomou conta do seu interior,aquilo era tudo que ela tinha conseguido arrumar para poder comprar alimento para seus filhos. E um sentimento de solidão começou a surgir e uma lagrima desceu sobre seu rosto. Maria perdeu seus pais muito cedo,e dês de então Marcos era a única pessoa que ela poderia contar,mas agora,realmente estava sozinha naquela cidade. Mas ainda tinha seus filhos pensou ela. E chamando eles para entrar e dormir,abraçou os dois bem forte.