Rainha do Tráfico

Luiza narrando Acordei as 5 com meu celular tocando, acendi o abajur e peguei o celular na mesa de cabeceira, vi o nome do meu padrinho na tela e achei super estranho já que faz um tempo que ele não me liga e nem entra em contato. Luiza: padrinho tudo bem ?.- eu falo bocejando pelo sono. Ticão: oh minha piveta, foi m*l esqueci do fuso horário por aí.- ele fala Luiza: não tem problema padrinho, mais aconteceu alguma coisa ?.- eu pergunto novamente pra ele que demora uns minutos pra responder o que só confirma as minhas suspeitas. Ticão: então piveta, o bagulho é o seguinte, seu coroa acabou de ser assassinado tá ligada e tô te passando a visão porque preciso saber o que tu vai fazer.- ele fala e eu fico sem reação, eu falei com meu pai mais cedo e ele me disse que estava tudo bem, e agora acontece isso, como assim. Luiza; como assim padrinho, eu falei com meu pai a algumas horas atrás, como ele tá morto.- eu falo já sentindo os olhos lacrimejando e a garganta ardendo. Ticão: tu vai vim pro enterro ou posso mandar os cara acelera? Luiza: deixa o pessoal se despedir, e depois quero todo mundo fora do cemitério, na hora de enterrar só eu vou estar lá.- eu falo pensando no quanto meu pai era um homem respeitado por todos então vão querer se despedir dele. Ticão: jae então, vou deixar tudo no esquema e fico no seu aguardo. Luiza: tudo bem. Ligação off Bom meninas vou me apresentar pra vcs, eu sou a Luiza e tenho 25 anos, tô no meu último ano da faculdade de direito e tô me formando pra ser advogada criminal, desde que descobri sobre o meu pai eu penso em ser advogada pra poder ajudar ele sempre que precisar. Meu pai é o chefe do comando, faz 8 anos que ele me mandou pra Europa, desde que a minha mãe foi morta por um dos policiais que se associou e se uniu a outra facção, eles mataram a minha mãe e eu escapei por pouco, mais fiquei uns dias internada em estado grave, eu não queria ter deixado ele lá sozinho, mais ele disse que seria o melhor pra mim, assim ele poderia ir atrás de quem machucou a minha mãe, como eu ainda era menor de idade e eles iam mexer com peixe grande assim como eles dizem, a filha do meu padrinho e melhor amiga Roberta veio comigo, eu faço direito e ela faz medicina, como ela começou primeiro que eu na faculdade ela vai se formar agora, eu tive muita dificuldade em saber qual caminho seguir, ao contrário da beta que assim que terminamos o ensino médio já iniciou na faculdade. Agora 8 anos depois longe do rio de Janeiro eu vou voltar e saber tudo o que aconteceu, ainda não sei se vou assumir o lugar do meu pai, até porque quase ninguém sabe da minha existência, mais agora só quero voltar e me despedir dele. Beta: ele já te ligou ? .- ela pergunta assim que chego na cozinha. Luiza: já sim, vai voltar comigo ?. Beta: claro, acha que te deixaria sozinha numa hora dessa, sempre juntas esqueceu?.- ela fala me abraçando e eu acabo desabando na frente dela, não sou de mostrar fraqueza pra ninguém, meu pai fala que assim que demonstramos, as pessoas usam isso contra nós, e mesmo sendo a minha irmã de coração, eu não gosto de chorar. Luiza: então vamos arrumar as malas que temos que chegar o mais rápido possível, seu pai vai arrumar tudo lá pra mim. Beta: deixou o velório aberto ?.- eu concordo com a cabeça Luiza: mais na hora da despedida não quero ninguém lá. Beta: tudo bem, vou ligar pro John e avisar que vamos ficar uns dias por lá.- ela fala, jhon e o namorado dela, eles tão juntos já faz um tempo, mais não sou muito fã dele, não gosto do jeito que ele trata ela as vezes, já falei pra ela, mais ela não me esculta. Luiza: na verdade Beta, não sei quando irei voltar, preciso resolver algumas coisas do meu pai por lá, e ainda tem a casa, preciso ver como está a nossa casa. Beta: tudo bem, qualquer coisa ele nos encontra lá, vou gostar de apresentar ele pro meu pai, na verdade acho que já passou da hora disso acontecer. Luiza: espero que seu pai não mate ele.- eu falo pra ela Beta: ele não é nem doido. Luiza: esqueceu de quem estamos falando ?.- eu falo dando risada e ela revira os olhos. Beta: eu não vou deixar ele fazer isso, ele vai ter que aceitá-lo, ou então eu vou ficar no AP da barra.- ela fala e eu dou de ombros. Subi pro meu quarto e comecei a arrumar as minhas coisas, já liguei na faculdade e pedi pra trancar já que agora não viu conseguir terminar. Tomei um banho e fui pra sala esperar a Roberta que logo desceu e nós fomos em direção ao aeroporto, ela não tava com uma cara nada boa, não queria perguntar mais ela tá quase chorando. Luiza: o que aconteceu?. Beta: o John não gostou disso, disse que não pode largar a vida dele aqui agora e ir fazer os meus gostos no rio, disse que ele tem um emprego importante e que eu tenho que parar de ser mimada. Luiza: esse cara é um babaca amiga, já te disse que você merece coisa muito melhor. Beta: eu tentei explicar pra ele a situação, mais ele nao quis me ouvir, disse que se eu fosse pro rio com você que eu estaria solteira. Luiza: ótimo, assim é muito melhor.- eu falo pra ela.- e chegando lá podemos procurar algum lugar pra se despedir e você esquece ele, claro depois que se despedirmos do meu pai.- eu falo ficando triste novamente e ela me abraca tentando me consolar. Entramos no avião e por mais que eu tentasse minha mente não desligava, não consigo acreditar que meu pai me deixou, meu pai era a única pessoa que eu tinha, tirando meu padrinho e a Beta, é agora ele não tá mais aqui, preciso pensar no que fazer daqui em diante, porque agora eu sou a herdeira da facção.