Talvez uma segunda chance?

Na virada do ano ela estava em casa, há qual chamava carinhosamente de prisão, Ela olhava para o céu a fim de ver se conseguia encontrar uma estrela cadente para fazer um pedido -queria mudar minha vida Ao longe viu seu pai, uma muralha, a qual a impedia de conhecer o mundo que tanto almejava, ela tentava imaginar como seria sua vida se ela tivesse uma mãe , se tivesse uma irmã para com quem pudesse compartilhar segredos, ou que tal uma amiga a qual não lhe achasse tão estranha e quisesse conhece-la de verdade, mais como poderia? não podia sair, apenas para a escola, não tinha uma mãe presente em sua vida para arrumar seus lindos cabelos longos e castanhos, nem ninguém pra ajuda-la sobre moda e maquiagem, só tinha um celular, mais ainda era uma criança, nem corpo de adolescente tinha, olhava para as meninas da sua idade e se perguntava, "porque elas tem esse corpo e eu não tenho nada" na verdade o que mais lhe irritava era a genética, no auge dos 14 anos não tinha corpão, nem chamava atenção dos garotos como qualquer outra garota, na verdade se identificava mais como um garoto do que como uma garota, o que sabia sobre garotos sabia porque havia lido em um livro de ciências, nem entendia como seu corpo funcionava, nunca havia beijado ninguém, nem ninguém a havia tocado, imersa em seus pensamentos nem viu que seu pai ja havia passado por ela: - vamos entre pra dentro- disse seu pai na porta da sala - mais m*l acabou os fogos e eu queria ficar mais um pouco aqui fora-respondeu olhando para o ceu e ao mesmo tempo para o celular vendo que era 00:10 - vamos você não tem que querer nada, seu irmão está cansado e com dor de cabeça e eu não vou ficar aqui fora pra te vigiar -retrucou ja com a voz alterada - então vá deitar, já vou entrar, não sei porque se preocupa eu estou cercada por esses muros gigantes, presa nesse quintal, porque não me deixa nem ficar aqui sozinha- falou se virando para ele com os olhos cheios de lágrimas mais não deixou que ele percebesse - nós vamos dormir e ponto final- ele foi até ela e falou olhando em seus olhos e a puxou pra dentro de casa Em seu quarto ela pensava "o que fiz pra ele me odiar tanto", ela tinha um irmão gêmeo, chamado Oliver, sua mae teve uma gravidez de risco resultando em sua morte na hora do parto, e desde então a frase que mais escuta do seu pai era "se vc não tivesse se desenvolvido junto com seu irmão, se sua mãe tivesse engravidado apenas dele, talvez ela ainda estaria aqui, você a matou!" isso fazia ela chorar toda vez que se lembrava, Oliver no entanto a protegia, e sempre cuidava para que sua pequena irmã não entrasse em depressão por causa das duras palavras de seu pai - ta tudo bem Isa?- entrou em seu quarto enquanto via sua irmã chorando em cima da cama abraçada em sua boneca -ah live, como eu desejava nunca ter nascido-falou enquanto se acomodava em seus braços - nunca mais repita isso- acariciava seu cabelo, enquanto isso imaginava a dor que sua irmã sentia, mas ele sempre estava ali para ajuda-la Ela acabou adormecendo e seu irmão fazia carinho em seus cabelos, ele a olhava, ela não é mais uma garotinha como antes, ela estar começando a ter um corpo de mulher, ele não havia percebido antes, vivia sempre trabalhando junto com seu pai em sua empresa e quase não tinha tempo para sua irmã, mais viu o quanto ela estava crescendo, não pensava maldade, mais tinha medo que com esse crescimento dela, e ela tendo pouco conhecimento sobre os homens ela acabasse se envolvendo com um babaca, e se envolvendo em um relacionamento tóxico ja que era o único que conhecia, pois ja vivia assim com seu pai, enquanto a observava viu que na vizinhança começou uma movimentação estranha, um caminhão alto estacionava do lado da sua casa "mais quem faria mudança essa hora?" pensou, ignorou aquela movimentação que estava se formando e fechou a janela e a cortina e adormeceu ao lado da sua irmã.