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Giulia — Série: Mulheres Infernais

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Blurb

Conturbada com a separação dos pais, a venda da casa e o medo de perder a única amiga que tem. Giulia se vê perdida em meio aos seus pensamentos, já que seus pais jamais falam em outra coisa a não ser morar um longe do outro. Mas, seu pai gostava do seu abraço amigo, achava Giulia uma mulher inteligente e forte, gostava dos seus conselhos amorosos, como se a filha entendesse algo sobre amor, quando na verdade Giulia só queria viver a vida por aí… após o trabalho, boates, bebidas e sexo. Isso era tudo que ela achava que precisava para ser feliz. David tinha lá sua boa vida, uma namorada gostosa, bonita e que o desejava com todo o seu ser. Mas, nem sempre se manda no coração, foi o que aconteceu após o mesmo presenciar Giulia na mesma balada que eles estavam. Com seu vestido transparente ela atraía olhares tanto de homens quanto de mulheres, e era disso que ela gostava, chamando atenção.Giulia não sabia amar, jamais sentiu esse sentimento por alguém, pois não presenciou bons momentos no casamento de seus pais, muito pelo contrário. Sexo, sexo, gozar… era assim resumida a felicidade de Giulia, e ela não sabia como mudar aquilo. Não sabia amar, ou apenas aprendeu da forma errada?

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Prólogo
E naquele maldito dia eu chorei. Chorei por amar um homem que pertence a outra m, mesmo que ele negue, sempre voltará para ela. Que droga! A primeira vez em que eu estou realmente acreditando que amo alguém, e sentindo o tamanho deste amor, o homem é comprometido e já não dá a mínima. Quebrando meu coração em mil e dois pedaços. Coloquei um dos meus vestidos lilás, quase transparente que eu amava, passei gloss nos lábios, um pouco de sombra nos olhos e estava pronta sem esquecer do lápis de olhos. Ah, e quase esqueci do blush para deixar minha pele pálida um pouco mais rosada. Meus cabelos cortado em camadas, na altura dos ombros e em tom ruivo claro, assim como minhas sobrancelhas, e eram esses traços que eu gostava em mim. Meus s***s eram minúsculos, e quando estava frio noite, quase sempre eles ficavam com os b***s expostos, mostrando que estavam ali. Marcando aquela peça tão fina. David estava sentado em uma mesa com sua namorada e uma amiga. Sem pudor algum, caminhei até ele, ficando parada em sua frente. — Me perdoe, David. Me perdoe por ter deixado você sozinho. Me desculpe por ter ido embora, eu… — sua mão segurou meu braço e me puxou até um canto afastado de onde ele estava. — Eu prometo que não irei mais deixá-lo sozinho. A minha casa está à venda! A minha vida é uma droga, David. — Calma. — sua mão segurava meu rosto enquanto ele me olhava terno. — Fala com calma, o que está acontecendo? — A casa dos meus pais está à venda, eles estão se separando e eu não quero perder você. Não posso ficar longe de você. — de uma forma desesperada eu tocava seu rosto, para ter a certeza que não estava tendo alucinações. — Eu preciso de você. Preciso de você, David. Eu quero te contar sobre mim, eu quero que você me conheça, eu te amo. — Giulia, olha para mim. — como eu iria conseguir tal coisa? Estava ali movida pela coragem que a cerveja me deu e prestes a fazer uma loucura. — Eu te amo, David. Por favor, não me deixe. — pedi uma última vez, sentindo o seu beijo em minha testa. — Giulia, olha para mim. — ergui o olhar e ele estava sério, enquanto meu peito doía e eu nunca conseguirei explicar tamanha dor, mas doía muito, e eu só queria sumir. — Eu não… eu não quero você. Não quero ficar com você. Eu não amo você. E como se o mundo estivesse caindo sobre mim e me esmagando, era assim que eu estava me sentindo por dentro. Morta. Minhas atitudes influenciaram para que isso acontecesse, e se eu estava sendo rejeitada nesse exato momento, a culpa era toda minha. — Eu sinto muito, me desculpe por isso. — Sua voz estava embargada, mas se esta foi sua escolha, jamais haveria de protestar, apenas manter a máxima distância. — Nunca mais quero ver você. — ele retirou minhas mãos do seu rosto e eu saí dali como se não estivesse sentindo meu corpo. Com todos me olhando e o peso da humilhação caindo sobre mim de forma avassaladora. — Uma dose de conhaque, por favor! — ele pediu no bar e eu ouvi sua voz já tão distante. A música que estava ficando era boa e uma das minhas favoritas. Eu já não tinha mais estômago para ficar ali, já não tinha mais coragem de olhar em seus olhos e senti novamente essa sensação estranha. Sem pedir licença, passei no meio da galera que estava dançando, olhando vez ou outra para trás, o vendo olhando para trás também. [...] Jesse estava de casamento marcado, mas não deixava de ser uma safada. — Hoje é a última prova do vestido. Você me acompanha? — Claro. Você e o Barry já se resolveram? Porque Klay não merece sua safadeza. — Já terminamos faz um tempo, você sabe disso. Sentar no p*u dele de vez em quando, não faz m*l, ainda não me casei. — Tem certeza que isso é uma boa ideia? Se vocês ainda se gostam, porque não reatam? — Porque ele é um filho da p**a. Não daria mais certo entre a gente, além disso, eu amo meu noivo e tenho certeza que vou ser a mulher mais feliz do mundo ao lado dele. — Você é sortuda! — liguei a TV e a fita que estava no aparelho era de filmes adultos, Jesse sorria com as cenas obscenas, encostando a cabeça em meu ombro e tentando me consolar. Pegamos nossas bicicletas e fomos até a alfaiataria. Casar é uma coisa que nunca esteve em meus planos, nunca imaginei ser de um homem só, mas agora… agora eu só queria o David em minha cama, ele era o suficiente que eu precisava. Jesse estava linda, suas curvas bem desenhadas e ela estava feliz, eu também estava feliz por ela. [...] O trabalho era o meu meio de distração. Observava os casais conversando, entre um carinho a outro e os invejava, de certa forma. — Vai aparecer por lá hoje, já estamos sentindo sua falta por lá. — Raul era gerente da boate que eu sempre ia, mas há dois meses não apareço por lá e isso tem me deixado melhor. — Acho que não vai dar. Minha amiga vai casar amanhã e depois disso minha mãe vai embora, preciso me organizar um pouco. Preciso mesmo desse emprego! — O cara que você dava uns pegas nele, todos os dias vai lá, procura por você e quando não acha, ele vai embora. David não sabia nada sobre mim, onde eu morava, onde eu trabalhava… nem sei se o mesmo sabe realmente meu nome, ou apenas decorou por ser associado a alguma coisa. — Sabe… eu parei de me aventurar faz um tempo, Raul. Acho que essa vida não é mais pra mim, eu resolvi dar um tempo e me ressignificar, pois me encontro muito perdida. Obrigada pela preocupação, agora preciso trabalhar. Havia alguns pedidos para anotar, passei em cada uma das mesas e faltava apenas duas horas para eu ir embora. Cheguei em casa e tomei um banho rápido, era por volta das 10 da manhã, trabalhei em horário diurno, assim eu passava a noite pensando em alguma coisa a não ser no David. Estava alguns minutos atrasada para o casamento, que já deveria ter começado. Peguei minha bolsa, minha bicicleta e pedalei o mais rápido que eu pude até a igreja, mas antes de chegar na mesma, pude ver David sentado em um parquinho, sozinha e com uma expressão abalada. Não tinha tempo para isso, nem queria ter, afinal, eu saí muito fodida de toda essa relação e já não queria mais ser a outra. Foi inevitável nossos olhares não se encontrarem, e foi então que eu pedalei mais depressa e ao olhar para trás, o vi correndo até o carro e me seguindo com o mesmo. Antes que David pudesse me alcançar, cheguei na igreja, encostei a bike na escada e entrei de forma natural. Jesse estava linda, já havia trocado as alianças e minutos depois todos estavam fora da igreja. David me viu e tentou se aproximar, abaixei o olhar e esperei o que ele tinha a dizer, mas estava cansada demais para tentar dizer alguma coisa e não tão disposta a ouvir mais nada que viesse dele. — Eu não sei onde você mora. Não sei nada sobre você. — em seu olhar havia algo indecifrável. — Giulia, olhe para mim, por favor! — ao esticar os olhos para olhá-lo, fui puxada por Jesse e seu esposo que estavam indo até o salão de festas. — Agora é hora de encher a cara. — ela gritava enquanto corríamos. — Você vem com a gente? — não olhei para trás, mas tenho quase certeza que ele estava andando em passos lentos atrás da multidão que seguia até seus carros, indo em direção ao salão de festas.

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